O
facto de podermos tocar num objeto ligado à terra ou de estarmos nas
proximidades deste no momento preciso em que ele escoa uma corrente de defeito,
pode, em algumas circunstâncias constituir um risco. A probabilidade de um
choque elétrico resultará da ocorrência simultânea de um conjunto de
acontecimentos aleatórios: ocorrência de um defeito, a presença no local de
seres humanos ou outros animais, e a criação de uma diferença de potencial que
dê origem a uma corrente elétrica que circule através do corpo.
O risco de eletrocussão está
diretamente ligado à corrente que atravessa o corpo. Os principais parâmetros
a considerar, são:
-
A amplitude e a duração da aplicação da corrente;
-
O trajeto seguido pela corrente, e assim, dos pontos de aplicação da tensão;
-
O valor das impedâncias encontradas.
Uma
eficaz e segura ligação à terra tem dois objetivos principais:
1) Assegurar que pessoas nas
proximidades de instalações ligadas à terra não estejam expostas ao perigo de
serem eletrocutadas;
2) Providenciar meios para conduzir
correntes elétricas para a terra sob condições normais ou em situações de
defeito, sem exceder os limites operativos dos equipamentos ou afetar a
continuidade de serviço.
É para atender aos problemas de
segurança de pessoas, e também porque o valor de 1 Ohm para a resistência da
rede de terra de uma subestação é muito difícil de conseguir em muitas regiões
do país, que agora propomos que a validação das terras de Subestações e Postos
de Transformação e Seccionamento seja feita pelo controlo dos riscos, ou seja,
pelo controlo dos valores suportáveis das seguintes tensões:
-
Tensão de contacto: é
a diferença de potencial entre uma estrutura metálica ligada à terra e um ponto
na superfície do solo a uma distância igual à distância horizontal máxima
normal a que esta se pode tocar, aproximadamente 1 metro.
-
Tensão de passo: É a tensão entre os pés do ser vivo, ou seja, um passo
do mesmo (com os pés separados), com isto ele ficara com os pés em linhas
equipotenciais diferentes provocando passagem de corrente pelo seu tronco, num
ser vivo bispede isto raramente provoca a morte, pois a parcela de corrente é
pequena (linhas equipotenciais próximas), já nos quadrúpedes geralmente é fatal
(linhas equipotenciais distantes) maior diferença de potencial, logo maior
corrente passando pelo tronco do ser vivo.
Figura nº 1- Esquema explicativo de Tensão de Passo num indivíduo |
Figura nº 2- Diferença de Tensão de passo entre um indivíduo e um ser vivo quadrúpede |
PRESCRIÇÕES
GERAIS DE SEGURANÇA
Tensões
máximas aplicadas ao corpo humano:
Todas as instalações elétricas terão
de dispor de uma proteção ou instalação de terra projetada por forma a que em
qualquer ponto normalmente acessível do interior ou exterior da mesma onde as
pessoas possam permanecer ou circular, estas fiquem submetidas, no máximo, às
tensões de contacto e de passo,durante qualquer defeito na instalação
elétrica ou na rede a ela ligada.
Prescrições
relativamente ao dimensionamento
O dimensionamento das redes de terra
far-se-á de forma a que não se produzam aquecimentos que possam deteriorar as
suas características e será função da intensidade de corrente que, em caso de
ocorrência de um defeito, circula através da rede de terra e do tempo de
duração do defeito.
Os elétrodos e restantes elementos
metálicos deverão ter uma constituição adequada por forma a poderem resistir à
corrosão que os agentes químicos existentes no solo irão exercer sobre eles
durante toda a vida útil da instalação.
Deverão também ter-se em conta as
possíveis variações das características do solo em épocas secas e depois de
estar sujeito a elevadas correntes de defeito.
Figura nº 3 - Dimensionamento de uma rede de terra em edifício |
A concepção de um circuito de terra
pretende portanto assegurar:
• A segurança das pessoas;
• A integridade do equipamento;
• Proteção contra uma situação de potencial
incêndio;
• Proteção do equipamento eletrónico;
• A criação de um potencial de referência.
Desta
forma a ligação à terra permite, transferir correntes à terra.
Este
fenómeno é facilmente perceptível nas figuras 4 e 5 abaixo indicadas.
Um
aparelho que não possua ligação à terra e que por qualquer razão sofra uma
anomalia elétrica, a “caixa” carrega-se eletricamente e ao tocarmos nesta
estamos sujeitos ao choque elétrico, isto deve-se ao fato do nosso corpo na
função de condutor fechar o circuito e permitir a descarga do aparelho para a
terra, como é demonstrado na figura nº 4.
Como
consequência desta descarga o indivíduo está sujeito a lesões mais ou menos
graves.
Figura nº 4- Aparelho sem ligação à terra |
Com
a ligação feita à terra, a descarga processa-se através dela e não há perigo de
choque como é ilustrado em baixo, figura nº 5.
Figura nº 5- Aparelho com ligação à terra |
Precauções no caso de tempestades
Dentro de casa:
- Não
tome banho durante as tempestades.
-Evite
contato com qualquer objeto que possua estrutura metálica, tais como fogões, frigorificos e torneiras.
- Evite
ligar aparelhos e motores elétricos, para não queimar os equipamentos.
- Afaste-se
das tomadas e evite usar o telefone.
- Desconecte
das tomadas os aparelhos eletrónicos, tais como televisão, computador, entre outros.
- Permaneça
dentro de casa até a tempestade terminar.
- Desligue
os fios de antenas dos aparelhos.
Fora de casa:
-Evite
contacto com cercas de arame, grades, tubos metálicos, linhas telefónicas, redes
de energia elétrica e qualquer objeto ou estrutura metálica.
Afaste-se
dos seguintes locais:
- Tratores
e outras máquinas agrícolas;
- Motocicletas,
bicicletas e carroças;
-Campos
abertos, pastos, campos de futebol, piscinas, lagos, lagoas, praias, árvores isoladas, postes, mastros e
locais elevados;
- Permaneça
dentro do seu veículo, caso ele tenha teto de estrutura metálica.
Reflexão:
Apesar
de todos os esforços, não se consegue evitar que um raio caia sobre determinado
local. No entanto, todos os cuidados são para orientá-lo na sua queda,
obrigando-o a seguir uma trajetória pré-determinada para a terra, por meio de
pára-raios e seus componentes.
Os
raios procuram sempre encontrar o menor caminho de resistência elétrica entre a
nuvem carregada e a terra para se difundirem. Por isso, eles incidem,
geralmente, nos pontos mais altos, tais como: topo de montanhas, torres de
transmissão de energia elétrica, árvores altas, torres de igreja, edifícios,
ponta de pára-raios, casas, antenas de TV, entre outros. Ao atingir a
superfície do solo, a corrente da descarga difunde-se radialmente. Assim, uma
pessoa ou animal não precisam necessariamente ser diretamente atingidos por um
raio para ocorrer acidente.
As correntes superficiais são elevadas e provocam entre os pés da pessoa ou animal, ocasionalmente uma corrente que pode levar à morte. Os animais, por possuírem uma distância maior entre as patas, estão sujeitos a uma tensão de passo maior e, portanto, são mais susceptíveis a acidentes fatais. A tensão de passo entre as patas dianteiras e traseiras do bovino é maior que a do homem, e com a agravante do seu coração estar no trajeto da corrente de choque. Além disso, o raio cai durante uma tempestade e a chuva deixa o solo molhado. Deste modo, as patas do boi ficam enterradas, produzindo bom contato com a terra, isto é, um bom aterramento. Assim, com a mesma tensão de passo, a corrente de choque é maior nesses animais. Após uma tempestade com trovoada, é comum a morte de animais, principalmente a do gado criado no campo e que se abriga sob árvores. Árvore alta e isolada em uma pastagem é um verdadeiro pára-raios natural. Como a árvore é alta e forma um caminho condutor à terra, há maior probabilidade de ocorrência de raios sobre ela.
As conversa com o nosso orientador de estágio relativamente aos temas abordados nesta publicação, foram a base e orientação para a mesma.
Muito Obrigado até à próxima publicação :) ...
As conversa com o nosso orientador de estágio relativamente aos temas abordados nesta publicação, foram a base e orientação para a mesma.
Muito Obrigado até à próxima publicação :) ...
Bibliografia:
1. Pinto, Ernesto. www.terras.cjb.net. "Projeto,
Melhoria e Medições da Terra". [Online] 01 de Abril de 2014.
http://paginas.fe.up.pt/~ee94056/quest_terras_TPTC_a.htm.
2. Pantoja Engineering. Ethernet Industrial. [Online] [Citação: 01
de Abril de 2014.] http://www.pantojaindustrial.com/exibir.php?id=216.
3. Distribuição, EDP. DNT – Direcção de Normalização e Tecnologia.
2007.
4. Raio, Especialistas em Proteção Contra o. EVITAR RISCOS POR
TENSÃO DE PASSO E CONTACTO. Aplicaciones Tecnologicas . [Online] 01 de
Dezembro de 2010. [Citação: 01 de Abril de 2014.]
http://pararaios-at3w.pt/empresa/noticias/evitar-riscos-por-tensao-de-passo-e-contacto/s33c64.
5. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Proteção
Contra Raios. Agencia de Informação Embrapa. [Online] [Citação: 01 de
Abril de 2014.]
http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia8/AG01/arvore/AG01_260_217200392410.html.
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